Nos nossos dias, o ser humano está mais que nunca destinado a ausência de movimento. Em contraste total, o culto do corpo faz prosperar Fitness Centers, Salões de beleza, Academias de dança, etc. Métodos, tipo: Body-Building, Cirugia-plástica, Tatuagens, Piercing e outros procedimentos dolorosos expressam a busca de sensações perdidas do próprio corpo.

Riqueza e beleza são os ditos valores dessa superficialidade, atrás da qual se esconde a procura de alguma coisa mais essencial.

O grande público entusiasma-se pelos shows de dança pré-fabricadas, »River-dance«, etc. São estes que estão adequados a exaltação e culto do corpo ? Frente a esse culto do corpo existe a dança como arte que aspira ser mais que um puro e simples divertimento. Importante contribuição encontra-se em »A alma e a dança«, texto de Paul Valéry, na forma de um discurso filosófico, fictivo, no qual reveste ao longo de uma satírica conversa de mesa, reflexões sobre a dança.

Lina do Carmo deixou-se excitar pelo texto de Valéry para sua coreografia »Flamme des Augenblicks« (Flama do Instante). A construção dramática trata de um dueto, onde ambas intérpretes confrontam-se com este paradoxo corpo-alma, deixam transparecer através da dança essas questões estéticas da modernidade. A tensão dramática desse contra-ponto irônico e poético evolui para a êxtase. Como na frase »a grande liberdade vem do maior rigor«, »Flamme des Augenblicks« oferece num quadro coeso dessa temática, uma possibilidade para dançarinas exercerem suas indagações sobre arte da dança: sensualidade e espiritualidade se deixam acasalar...

Subvencionada pelo Stiftung Kunst und Kultur NRW, Ministerium für Arbeit, Soziales, Stadtentwicklung, Kultur und Sport des Land NRW, Kulturamt der Stadt Köln

Em cooperação com: Centro Coreográfico NRW, Essen e Die Börse, Wuppertal